[Retirado do livro "Para a morte e glória de Johannes Mansure" (MANSURE, Dreyc. 1881 - Capítulo XI "Nós"]
"(...) Pois então, Marianne, não se decepcione mais com as supostas tragédias que ocorrem em tua vida, mulher. O amor lhe circunda, assim como o meu e de tua família, porque tudo que teria passado, nós passamos também, e não digo nós apenas no meio familiar, mas nós como seres humanos. Nós passamos crises, e nós sempre nos superamos - não há aquele quenão supere. Este acabaria morto - e se até nós, meros burgueses vivendo na utopia do passado, tu, Marianne, uma plebéia graciosa, um ponto de esperança para a juventude para o mundo - não juventude para esta geração, mas para o futuro - uma verdadeira obra de arte que Jeová teria feito, certamente conseguiria retificar e consagrar-se por qualquer crise, paranóia ou problema pessoal.
(...) E não se acanhe em ouvir tais palavras, Marianne, pois tu és meu verdadeiro amor, e paixão é caracterizada pela visão das qualidades de uma pessoa qualquer, e amor é amado, sentido, apaixonado pelos defeitos de uma certa e específica pessoa. Pois então, certamente sei do que estou falando. As forças de uma pessoa não são apenas para serem desperdiçadas em amores perdidos, em crises e auto exames. Claro, estes são importantes, mas não deveriam - jamais - serem gastos a ponto de eliminar o sol do teu dia. As estrelas da tua noite. Guardai tuas forças para um mal maior, o mal que não virá apenas com uma crise pessoal, mas que surpreenderá a todos e nunca será bem-visto pela prole. Guarde tuas forças e tenha paciência, não porque são inúteis tais problemas, tampouco porque há pessoas em piores situações, mas é que o sonho um dia acaba. Para uns levam mais tempo, para outros, menos. A vida não é justa com ninguém, e por isso guarde tua força e paciência para esse momento. O sonho sempre acaba, e sempre seu espírito será testado, e ao ser testado, não deixe que seja vencido, vença-o. Vença o tempo-ruim, a má-lua, porque não é na racionalidade que descobrirás o maravilhoso ser que és - e não adianta negar, porque eu sei essa parte, e desta não me interesso - onde os teus instintos e sentimentos valerão realmente é o que mostrará teu verdadeiro eu, Marianne. Ignore os jornais, ignore a mídia, ignore o que falam, acredite no seu "eu". Pois aquele que escolhe e faz o certo é este, e não aquele que pensa e repensa como filósofo. E tudo que este Eu acreditar, acredite você também, sendo sincera consigo mesma. Ignore aqueles que pensam que isto é mais um livreto fictício de auto-ajuda para ajudar mais uma pessoa em tempos ruins e nem pelo fato de eu te amar profundamente. Não desejo que a recíproca torne-se fato. Desejo que você ame a si mesma como eu a amo. Não termine sua vida formulando auto-análises. Viva, Marianne. Viva como nunca viveu antes!
(...)E digo isso não porque estou querendo te ajudar a ficar melhor, mas quero te ajudar a visualizar a pessoa linda que realmente és. Visualizar "eu" pelo qual eu me apaixonei. - e por fim, declarar-me completamente, dizer-te e reformar apenas as verdades que você já conhece sobre si mesma.
(...)E, Marianne, isto não é poesia vaga. É meu escrito, espero que seja de ajuda; e mesmo se não for, garanto que um dia vai entender, pois esquecer-se das outras pessoas e pensar somente nas pessoas queridas que estão abaixo de teu olhar, depende somente de você, meu amor, e nada do que eu falar aqui realmente será de ajuda neste momento, pois esquecer-se dos problemas fúteis e dar mais atenção ao que realmente lhe faz feliz é somente uma escolha e luta tua. Estarei aqui, do teu lado para sempre, mas quem adentrará na caverna é somente você, e qualquer pessoa que voltar de lá, estarei preparado para amar, pois é isso que um verdadeiro amor faz. E é assim que deve ser feito."
Hehe. Um depoimento de um ex-alienado.
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