
(Ouça tudo que tiver esse selo. Tudo reggae. É o que eu ouço no que faço)
Dedicado às pessoas que estão ao meu redor,
A Solidão pra mim não é um sentimento de tristeza e melancolia. É um sentimento daquele que você dedica a você e somente a você. É importante não confundir solidão com melancolia. Eu gosto muito de passar minha solidão na estrada/rua (e ultimamente, sobre duas rodas) ou na água (pescando, mas no meio desse caos urbano, não dá pra fazer isso). Ouvir uma boa música enquanto está andando sentindo o vento devagar na sua cara, parar a qualquer hora num bom lugar para poder ler um livro tranquilamente. Tudo isso são coisas impagáveis que todos nós deveríamos aproveitar pelo menos uma vez na vida.
Sabe, não é uma questão de levar uma vida de cabeça fria e vida fresca. Mas é uma questão de dedicar um pouco a você e parar de se preocupar com o que os outros FAZEM com você ou o que fazem com as pessoas ao seu redor. É uma questão de amor próprio, mas não individualista.
E também não é uma questão de ideal, a rua não se importa qual a roupa que você está usando, qual seu ideal político. A única coisa que ela realmente se importa é que você volte para lá. Não sempre, não. Ela entende. Ela sabe o que você passa. Ela sabe que não se pode dedicar-se a si mesmo todos os dias, mesmo se fosse uma questão de ideal, os pneus, solas, o que for, está lá pra pisar nisso pelo menos por um pouco.
Acho que a maioria das pessoas acha que eu só ouço músicas pesadas e coisa do tipo, fazendo o típico papel de "valentão" fazendo merda na rua. Mas não. Muito pelo contrário, estou lá pra respeitar a rua, estou lá pra curtir eu mesmo. Estou lá para ouvir soul, ska, reggae pra finalmente me esquecer do estresse de todos os tempos. A única coisa que você se preocupa naquele momento é ver o sol nascer de novo. Eu realmente não nasci pra vida de casado, não nasci para ver o sol quadrado, e mesmo que a carne bata à tentação, acho que consigo resistir por esse bem maior.
Eu não estou dizendo para você abandonar seus ideais e viver sua vida sem se importar com as outras pessoas. O que eu estou falando é pra viver o que você ama. É para viver humildemente por uma causa, ao contrário de morrer gloriosamente por uma. Vale mais você vivendo e mudando o mundo todos os dias do que morrer e mudar uma vez só. É a revolução do dia-a-dia.
Esse post não é sobre você simplesmente tornar o que você ama um comprometimento dogmático, uma bandeira, um vício. É sobre você ter sua própria virtude. É sobre você não se importar com o que as pessoas falam "Ah, ele só faz isso de fim de semana. É um falso." - vocês sabem do que eu estou falando.
Não acho que isso seja uma atitude conformista da minha parte, mas uma parte sentimental, poética, não fria, não calculada, não medida e não erguida como um mero "sim ou não" prepotente que a sociedade induz.
Talvez esse seja um dos poucos (talvez até o único) post que eu vou estar sempre alterando. Sabe por que? Porque é o que me faz. Não tenho uma vida triste, sinceramente. Aliás, tenho uma vida rica. O problema mesmo são os acasos e ocasos que aparecem. Não sei por que eu mudo tanto meus hábitos e paixões, mas acho que é assim que sou, e assim que vou parar com essa paranóia de tentar me rotular. Tentar tornar tudo que amo um vício é o que me faz paranóico; e aqueles que têm o mesmo problema que eu, não tornem isso um vício, mantenha a virtude. Não manter a virtude justamente é o que faz as coisas enfraquecerem e você mudar de novo.
O propósito de eu estar escrevendo isso não é que pra servir de auto-ajuda pra vocês. Quer dizer, se ajudar, eu ficarei lisongeado, mas é uma ajuda justamente pra mim mesmo. Escrever é bom. Tente um dia, e não me venha dizer que têm preguiça ou que o difícil mesmo é começar. A escrita desse blog é algo tão delicioso pra mim, não porque eu goste de escrever, mas porque eu não levo isso ferro e à fogo, e é justamente onde eu quero chegar com tudo que escrevi hoje.
"Saber a matéria em que fala, procurar o espírito de um livro, escarná-lo, aprofundá-lo, até encontrar-lhe a alma, indagar constantemente as leis do belo, tudo isso com a mão na consciência e a convicção nos lábios, adotar uma regra definida, a fim de não cair na contradição, ser franco sem aspereza, independente sem injustiça, tarefa nobre é essa que mais de um talento podia desempenhar, se se quisesse aplicar exclusivamente a ela. No meu entender é mesmo uma obrigação de todo aquele que se sentir com força de tentar a grande obra da análise conscienciosa, solícita e verdadeira."
(ASSIS, Machado de. Trecho extraído de "O IDEAL CRÍTICO". Rio de Janeiro, Aguilar, 1971, p. 800)










"O único vício e ideal que eu tenho é comigo e com meus irmãos, e não está a venda. É a única coisa que eu realmente morreria por, feliz e satisfeito; e ainda sabendo que ele faria o mesmo por mim."
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